7 de agosto de 2007

SUCESSO NO TRABALHO III


Nos últimos dois anos a psicóloga Betânia Tanure realizou uma pesquisa com mais de 1000 executivos avaliando o índice de satisfação desses profissionais com o trabalho, e descobriu 84% de executivos infelizes.

A pesquisadora analisou a relação dos executivos com seus pares, chefes e subordinados, o nível de cobrança, os sistemas de recompensa, a relação com os familiares e parceiros amorosos, a qualidade da alimentação e da saúde, insônia, consumo de bebida alcoólica, entre outros, indicando que esta não foi uma pesquisa simples.

Foram causas apontadas para a infelicidade: competição no mundo corporativo brasileiro, ambiente de desconfiança oriundo da disputa, impactos causados pela globalização, os vários chefes que pedem coisas diferentes e a qualquer hora, e a tensão brutal.

Tanure revelou que muitos executivos choraram durante a entrevista, expondo suas angústias, insatisfações, problemas familiares, de saúde e a impossibilidade de demonstrarem fraqueza. As entrevistas acabaram se convertendo, segundo a psicóloga, em verdadeiras sessões terapêuticas, e em muitos casos a conversa teve que ser retomada.

Outro aspecto interessante levantado pela pesquisadora diz respeito às executivas: o preconceito contra as mulheres ainda existe e a desigualdade entre os sexos aumenta proporcionalmente ao nível hierárquico.

Sobre o RH, Tanure observou que muitas empresas brasileiras não percebem a importância das pessoas para o sucesso dos negócios. Apesar de todas discursarem sobre a valorização de seus profissionais, na prática isso não acontece.

Veja os números da pesquisa:

84% de executivos infelizes no trabalho.
76% acessam e-mail profissional fora do horário de trabalho.
58% acreditam que o cônjuge está insatisfeito com seu excessivo ritmo de trabalho.
54% estão insatisfeitos com o tempo que dedicam para a vida pessoal.
35% identificam problemas com o superior imediato como a crise mais marcante de sua vida .
39% identificaram a morte de um membro da família como a crise mais marcante de sua vida.

Betânia Tanure apontou uma diferença sutil entre felicidade e prazer no trabalho: apesar de apaixonados pelo que fazem, o ambiente hostil não permite que o executivos encontrem a felicidade.

Clique aqui para ver a reportagem sobre esta pesquisa publicada na revista Época Negócios, e aqui para ouvir o podcast sobre a matéria.

O que penso sobre o assunto? Devemos buscar o equilíbrio, harmonizando vida pessoal e profissional. De nada vale uma carreira de sucesso se nossa vida pessoal e psíquica está esfacelada.


Imagem: Getty Images

2 comentários:

Gabriel Galvão disse...

Oi, Daniela!


Quanto ao post, digo que ainda não sou feliz no meu emprego atual, mas isso não me atrapalha, pois me considero uma pessoa muito feliz pessoal e socialmente.
Belo post!

Abraço!

Editor - Banco de Dados disse...

Isso gera um livro ( de assunto...)
Bom tocar no assunto. :-)