29 de julho de 2010

A REDAÇÃO NO MEIO CORPORATIVO



A edição de junho da revista Rolling Stones trouxe uma pequena matéria de Miguel Sokol, intitulada “Desalfabetizados e Perigosos”. Nela o jornalista falou sobre a geração “10alfabetizad@”, jovens que tiveram quem lhes ensinasse a ler e a escrever, mas usaram tanto a internet que “10aprenderam”.

Essa matéria fez com que eu me lembrasse de um processo seletivo que conduzi para estagiário de Direito, quando corrigi redações com erros gramaticais assustadores, como o de uma jovem que se dizia uma “boa proficional”. Ao seu texto somaram-se os de outros candidatos, desclassificados na primeira etapa por não saberem escrever.

Não culpo o “emburrecimento” que presenciamos hoje pelo excesso de Internet; as razões das mazelas na educação estão muito além do .com, passando por questões políticas e sociais, mas essa é uma outra história. Não saber escrever também não é uma exclusividade do universo teen, podendo ser encontrado, por exemplo, em diferentes níveis hierárquicos das organizações.

Diariamente enviamos e recebemos dezenas de e-mails, redigimos textos e relatórios, confeccionamos cartas, memorandos e ofícios sem nos preocuparmos em aplicar adequadamente a gramática, desconsiderando aspectos como a concordância, regência e pontuação. Ainda assim exigimos ser compreendidos, reclamando quando somos mal interpretados ou quando nosso profissionalismo é questionado por uma vírgula que não soubemos empregar.

Acredite, na dimensão empresarial um texto diz muito mais do que nele está escrito, o que torna a redação essencial no mundo dos negócios.

Um e-mail enviado ou um relatório apresentado pode nos indicar para um recrutamento interno ou nos desqualificar para uma promoção, o que já valeria nosso investimento na escrita, entretanto sua importância vai muito além. A forma como escrevemos traduz a importância que damos à comunicação e o cuidado que temos com nosso interlocutor, e isso conta (muitos) pontos.

Assim, em suas redações considere a coerência, coesão, correção, clareza e simplicidade do texto. Solicite a ajuda de um colega para revisá-lo e falar o que entendeu antes de você encaminhá-lo aos destinatários. Essa é uma forma de evitar ruídos na comunicação.

Desenvolva o hábito da leitura, ele é um grande aliado no processo de aquisição de um vocabulário rico e diversificado. O mesmo vale para a escrita, e você pode começar com pequenas anotações sobre reportagens, artigos e livros.

Vale a pena pensar sobre e investir nas ações sugeridas. O retorno é garantido!

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