11 de junho de 2007

ALTERNATIVAS PARA UMA NAÇÃO EXCLUDENTE


Num país em que crescimento econômico e justiça social são atribuições da educação, o que fazer quando a população menos favorecida é excluída das instituições de ensino?

A impossibilidade de acesso à cultura, ciência e tecnologia subtraem de milhões de brasileiros a oportunidade da informação, do conhecimento e do desenvolvimento de suas habilidades e competências, o que contribui para o enfadonho quadro econômico e social do país. Tal condição estabelece no mercado globalizado uma disputa, no mínimo, perversa: perspicácia X ignorância.

No mundo do trabalho a necessidade de ajustes, determinados por avanços tecnológicos, metodológicos e comportamentais, tornou-se uma constante, refletindo o modo de produção da sociedade do conhecimento. Sobreviver e competir neste mercado passa a exigir mais que educação formal: exige continuo aprimoramento pessoal e profissional. A este aprimoramento damos o nome de educação continuada (EC).

O frenesi ocasionado pela expansão das tecnologias da informação e da comunicação impulsionou a disseminação da educação a distância (EAD), que relacionada à EC colabora para a democratização do ensino e para o atendimento de demandas de qualificação profissional, cooperando assim para a educação ao longo da vida.

A possibilidade de se formar um cidadão com perfil múltiplo de competências, potencializar democraticamente o processo de ensino/aprendizagem, e maximizar o decurso adaptativo, conferiu às iniciativas de EAD e EC uma reputação que foi endossada pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), o que proporcionou amparo, credibilidade e confiança para revelarem, a cada dia, formas distintas de se oferecer um ensino de qualidade, combatendo assim os índices de desfavorabilidade presentes no cenário nacional.

Contudo, para obtenção de resultado positivo em projetos desta linha deve haver harmonia entre tecnologia, objetivos pedagógicos, contextualização, conteúdo, gestão, acesso e avaliação pertinente aos objetivos propostos, todos convergindo para uma atualização profissional e para o progresso social. Somente com a sinergia de tais aspectos poderemos vislumbrar a garantia de acesso, permanência e sucesso do educando em projetos de EAD e EC.

A consideração dos pontos abordados acima, bem como a ação colaborativa contínua por parte da iniciativa pública e privada não permitem a condução de projetos educacionais pela ótica comercial, que transforma em “mercadoria educativa” sua a essência social. Devemos oferecer uma multiplicidade de possibilidades para a educação, mas sem esquecer que seu propósito é a formação de um cidadão para uma vida digna.

Vamos sim relativizar o conceito de tempo e espaço, acompanhando e avaliando continuamente o aproveitamento do processo, mas não vamos, jamais, nos esquecer que lidamos com o que há de mais importante em tudo isso: a dimensão humana.
Imagem: Getty Images

Um comentário:

Jackie disse...

Oi Dani!

Muito bom o texto!
Continuo acompanhando!!
Beijão!