
Confesso que possuo poucos conhecimentos em economia, mas como boa parte dos brasileiros estou preocupada. Neste momento conturbado, em que o mundo voltou seus olhos para as negociações das bolsas, eu também me pergunto: Qual o real tamanho dessa crise? Quanto tempo ela vai durar? Como as empresas serão afetadas? E o meu emprego?
Com tantas dúvidas resolvi pesquisar, me informar, e posto aqui minhas impressões.
Apesar das análises dos especialistas não temos respostas exatas para essas perguntas, entretanto, mesmo sem prever o futuro, é possível levantar hipóteses estudando o passado.
A Grande Depressão de 1929, que teve seu início com a redução da produção industrial americana, e consolidou-se com a queda das bolsas de Nova Iorque e New York Stock Exchange, trouxe para todo o mundo a elevação da inflação, a queda do PIB, a baixa nos preços das ações, a redução das atividades econômicas e, inevitavelmente, o desemprego.
Essa crise persistiu até a década de 30, fechando inúmeras empresas e deixando milhões desempregados, e terminou cerca de três anos depois com o New Deal, uma série de políticas econômicas adotadas por Rosevelt, presidente dos EUA da época. O Brasil viveu a crise de 1929 por meio de uma desordem econômica causada pela queda dos preços do café, sua única comódite no período.
Em 1973 passamos por um outro momento crítico com a crise do petróleo. Iniciada com o déficit de oferta, e com a nacionalização de vários conflitos, os preços do barril atingiram valores astronômicos, causando recessão nos EUA e consequentemente uma desestabilização mundial com a alta dos juros. Dividida em cinco fases, a última delas ocorreu neste ano, com o aumento de 100% do preço do barril no período de Janeiro a Julho.
Assustamos-nos com a crise do México em 1994, ano de implantação do Plano Real. Mais um susto com a crise dos Tigres Asiáticos entre os anos de 1997 e 1998, mesmo período da crise russa, quando o Brasil perdeu milhões. Com a crise da Argentina em 2001 não foi diferente, ano dos ataques de 11 de setembro, que também afetaram as bolsas. E cá estamos nós, em meio a mais uma crise!
No início desta década os juros baixos nos EUA incentivaram empréstimos em que as residências eram a garantia do negócio. Os juros atrativos fomentaram o crédito imobiliário, e a oferta de casas desvalorizou os imóveis. Com juros mais altos que o normal esse tipo de empréstimo endividou milhões de americanos que, com seus imóveis hipotecados, não têm como saldar seus compromissos. Essa inadimplência prejudicou outros setores devido à baixa do consumo, comprometendo toda a economia.
E o resto da história nós já conhecemos...
Como o destino é incerto, algumas empresas assumiram uma postura preventiva, adotando medidas de redução de custos: férias coletivas, diminuição na produção, redução de matéria prima, produtos, investimentos e pessoal. Essa postura conservadora pode acarretar uma negativa reação em cadeia no mercado, iniciada pelas grandes organizações.
Vulneráveis, e com muitas dúvidas, penso que nós, trabalhadores, deveríamos adotar a mesma postura das organizações: cortar custos, evitar compras a prazo, fugir dos juros altos, etc. Em resumo, poupar, mesmo com todas as medidas que estão sendo tomadas para se evitar um “efeito dominó” na economia.
Na análise das organizações o custo de pessoal é o mais visado, por ser o mais representativo. Em empresas prestadoras de serviço, por exemplo, a folha de pagamento pode representar 75%. Bom, aí a demissão torna-se inevitável, e nesses casos vão embora os funcionários que já estavam na “corda bamba”: aqueles que não apresentam um bom desempenho, os “reclamões”, os que possuem problemas de relacionamento, aqueles que sempre apresentam atestado médico, ou mesmo os recentemente admitidos. Para esses casos, a desculpa para a demissão pode ser a “conjuntura econômica”.
Mas os bons funcionários não podem se acomodar, pois no caso de uma grande recessão eles também podem ser demitidos, e a conjuntura econômica não será mera desculpa.
Pense: você faz falta para a empresa em que trabalha? Qual importância você tem para a instituição? É preciso avaliar nosso risco, e se formos importantes, boa notícia: mesmo em situação de crise as empresas procuram manter os melhores funcionários.
Na última semana, em conversa com um executivo de RH do mercado financeiro, ouvi a seguinte frase: “Precisamos manter as cabeças para pensarmos e nos planejarmos para quando o mercado estiver aquecido”. Ou seja, a crise vai passar, e a empresa precisa estar pronta para esse momento, e para isso é mais fácil manter os funcionários que contribuem para a estratégia organizacional do que iniciar um grande processo seletivo.
Nas crises anteriores o mercado se recuperou com a estabilização da economia americana, e isso pode voltar a acontecer, considerando o resultado da eleição presidencial nos EUA. Logo após a eleição de Obama houve uma pequena recuperação do mercado asiático, o mais afetado até agora por depender demasiadamente do consumo norte-americano, o que pode ser um indício de melhora, mas também de euforia, ainda não sabemos.
Com tudo isso, o conselho do RH para os profissionais é “seja prudente”: aguarde o reaquecimento do mercado para mudar de emprego, abrir o próprio negócio ou fazer investimentos. E se por acaso ficar desempregado neste período, não se acanhe em aceitar uma proposta de emprego temporário, mesmo que não seja na sua área. Quando as coisas melhorarem as empresas darão preferência para quem não ficou parado.
No mais, nos resta esperar. Esperar, do latim sperare. Estando à espera, com esperança...
Nossa única certeza: “isso também vai passar”.
Com tantas dúvidas resolvi pesquisar, me informar, e posto aqui minhas impressões.
Apesar das análises dos especialistas não temos respostas exatas para essas perguntas, entretanto, mesmo sem prever o futuro, é possível levantar hipóteses estudando o passado.
A Grande Depressão de 1929, que teve seu início com a redução da produção industrial americana, e consolidou-se com a queda das bolsas de Nova Iorque e New York Stock Exchange, trouxe para todo o mundo a elevação da inflação, a queda do PIB, a baixa nos preços das ações, a redução das atividades econômicas e, inevitavelmente, o desemprego.
Essa crise persistiu até a década de 30, fechando inúmeras empresas e deixando milhões desempregados, e terminou cerca de três anos depois com o New Deal, uma série de políticas econômicas adotadas por Rosevelt, presidente dos EUA da época. O Brasil viveu a crise de 1929 por meio de uma desordem econômica causada pela queda dos preços do café, sua única comódite no período.
Em 1973 passamos por um outro momento crítico com a crise do petróleo. Iniciada com o déficit de oferta, e com a nacionalização de vários conflitos, os preços do barril atingiram valores astronômicos, causando recessão nos EUA e consequentemente uma desestabilização mundial com a alta dos juros. Dividida em cinco fases, a última delas ocorreu neste ano, com o aumento de 100% do preço do barril no período de Janeiro a Julho.
Assustamos-nos com a crise do México em 1994, ano de implantação do Plano Real. Mais um susto com a crise dos Tigres Asiáticos entre os anos de 1997 e 1998, mesmo período da crise russa, quando o Brasil perdeu milhões. Com a crise da Argentina em 2001 não foi diferente, ano dos ataques de 11 de setembro, que também afetaram as bolsas. E cá estamos nós, em meio a mais uma crise!
No início desta década os juros baixos nos EUA incentivaram empréstimos em que as residências eram a garantia do negócio. Os juros atrativos fomentaram o crédito imobiliário, e a oferta de casas desvalorizou os imóveis. Com juros mais altos que o normal esse tipo de empréstimo endividou milhões de americanos que, com seus imóveis hipotecados, não têm como saldar seus compromissos. Essa inadimplência prejudicou outros setores devido à baixa do consumo, comprometendo toda a economia.
E o resto da história nós já conhecemos...
Como o destino é incerto, algumas empresas assumiram uma postura preventiva, adotando medidas de redução de custos: férias coletivas, diminuição na produção, redução de matéria prima, produtos, investimentos e pessoal. Essa postura conservadora pode acarretar uma negativa reação em cadeia no mercado, iniciada pelas grandes organizações.
Vulneráveis, e com muitas dúvidas, penso que nós, trabalhadores, deveríamos adotar a mesma postura das organizações: cortar custos, evitar compras a prazo, fugir dos juros altos, etc. Em resumo, poupar, mesmo com todas as medidas que estão sendo tomadas para se evitar um “efeito dominó” na economia.
Na análise das organizações o custo de pessoal é o mais visado, por ser o mais representativo. Em empresas prestadoras de serviço, por exemplo, a folha de pagamento pode representar 75%. Bom, aí a demissão torna-se inevitável, e nesses casos vão embora os funcionários que já estavam na “corda bamba”: aqueles que não apresentam um bom desempenho, os “reclamões”, os que possuem problemas de relacionamento, aqueles que sempre apresentam atestado médico, ou mesmo os recentemente admitidos. Para esses casos, a desculpa para a demissão pode ser a “conjuntura econômica”.
Mas os bons funcionários não podem se acomodar, pois no caso de uma grande recessão eles também podem ser demitidos, e a conjuntura econômica não será mera desculpa.
Pense: você faz falta para a empresa em que trabalha? Qual importância você tem para a instituição? É preciso avaliar nosso risco, e se formos importantes, boa notícia: mesmo em situação de crise as empresas procuram manter os melhores funcionários.
Na última semana, em conversa com um executivo de RH do mercado financeiro, ouvi a seguinte frase: “Precisamos manter as cabeças para pensarmos e nos planejarmos para quando o mercado estiver aquecido”. Ou seja, a crise vai passar, e a empresa precisa estar pronta para esse momento, e para isso é mais fácil manter os funcionários que contribuem para a estratégia organizacional do que iniciar um grande processo seletivo.
Nas crises anteriores o mercado se recuperou com a estabilização da economia americana, e isso pode voltar a acontecer, considerando o resultado da eleição presidencial nos EUA. Logo após a eleição de Obama houve uma pequena recuperação do mercado asiático, o mais afetado até agora por depender demasiadamente do consumo norte-americano, o que pode ser um indício de melhora, mas também de euforia, ainda não sabemos.
Com tudo isso, o conselho do RH para os profissionais é “seja prudente”: aguarde o reaquecimento do mercado para mudar de emprego, abrir o próprio negócio ou fazer investimentos. E se por acaso ficar desempregado neste período, não se acanhe em aceitar uma proposta de emprego temporário, mesmo que não seja na sua área. Quando as coisas melhorarem as empresas darão preferência para quem não ficou parado.
No mais, nos resta esperar. Esperar, do latim sperare. Estando à espera, com esperança...
Nossa única certeza: “isso também vai passar”.
Imagem: Getty Images
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